O demonstrativo de fluxo de caixa é altamente necessária e importante na gestão financeira das empresas.
Trata-se de uma ferramenta que oferece uma visão clara das movimentações financeiras, auxiliando empresários e gestores a monitorarem a saúde econômica do negócio.
É relevante compreender o funcionamento e a importância do fluxo de caixa para conseguir tomar decisões mais precisas, antecipar problemas de liquidez e planejar o futuro de forma mais segura.
No cenário econômico atual, dominar essa prática pode ser um diferencial para a sustentabilidade e o crescimento de qualquer empresa e, por isso, neste artigo vamos explorar as principais dúvidas sobre o tema.
Boa leitura!
Índice:
- O que é DFC (demonstrativo de fluxo de caixa)?
- Para que serve o DFC?
- Como elaborar um demonstrativo de fluxo de caixa
- Como analisar o DFC?
- Qual a diferença entre DRE e DFC?
O que é DFC (demonstrativo de fluxo de caixa)?
O Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) é um relatório financeiro que tem como principal função o detalhamento de todas as entradas e saídas de dinheiro de uma empresa durante um período específico.
Ele oferece uma visão clara da movimentação de recursos, permitindo que empresários e gestores acompanhem a liquidez da empresa e tomem decisões conscientes e embasadas.
O DFC é dividido em três atividades principais: operacionais, que refletem as operações diárias do negócio; de investimento, que incluem compras e vendas de ativos; e de financiamento, que abrangem transações com credores e investidores.
É importante entender e utilizar o DFC para garantir a saúde financeira da empresa, pois ele ajuda a identificar padrões de fluxo de caixa, prever déficits ou excessos de caixa e planejar estratégias financeiras adequadas.
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Para que serve o DFC?
O Demonstrativo de Fluxo de Caixa ou DFC é uma ferramenta de gestão financeira para empresas, como já ressaltado anteriormente.
No entanto, ele serve mais do que apenas oferecer uma visão detalhada da movimentação de caixa.
Além disso, o DFC ajuda a planejar estratégias de investimento e financiamento, e a entender a origem e a aplicação dos recursos financeiros, o que facilita a tomada de decisões informadas e pode garantir a sustentabilidade do negócio.
A importância do DFC é reforçada pela legislação.
A Lei 11.638/2007 exige que sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2 milhões elaborem o documento.
Pequenas e médias empresas também devem seguir a NBC TG 1000, norma brasileira de contabilidade aplicada à Auditoria Governamental, conforme normas internacionais.
Empresas de capital aberto devem apresentar a DFC trimestralmente, enquanto outras devem fazê-lo anualmente, ajudando a prevenir fraudes e erros contábeis.
Com o DFC, gestores podem analisar a viabilidade financeira, planejar orçamentos e prevenir imprevistos, assegurando o cumprimento dos compromissos financeiros.
Ele também facilita a cobrança de recebíveis, melhora o controle do planejamento e fornece dados históricos importantes para estimativas de valuation, caso seja calculado por meio da metodologia do fluxo de caixa descontado.
Como elaborar um demonstrativo de fluxo de caixa
O processo de elaboração de um DFC pode ser complexo para quem não tem experiência na contabilidade.
De toda forma, reunimos um exemplo mais simples abaixo, além da explicação sobre o modelo direto e indireto. Acompanhe:
Demonstrativo de fluxo de caixa: exemplo
Para elaborar um demonstrativo de fluxo de caixa (DFC) precisamos retomar algumas informações fundamentais.
Lembremos, ele registra todas as entradas e saídas de dinheiro da empresa, divididas em três atividades principais: operacionais, de investimento e de financiamento.
Assim, é importante seguir os seguintes passos.
- Coletar todas as informações financeiras: reúna todos os dados financeiros, como receitas, despesas, investimentos e financiamentos do período.
- Classificar as transações: as transações devem ser classificadas nas três categorias principais, entre operacionais, investimentos e financiamentos.
- Calcular o fluxo de Caixa: subtraia as saídas das entradas de cada categoria para obter o fluxo de caixa líquido de cada atividade.
- Consolidar os resultados: some os fluxos de caixa das três atividades para obter o fluxo de caixa total do período.
Vamos a um exemplo simplificado:
Atividades operacionais
- Recebimento de clientes (entrada): R$ 200.000
- Pagamento a fornecedores (saída): R$ 120.000
- Salários e benefícios (saída): R$ 50.000
- Despesas operacionais (saída): R$ 20.000
Ao somar as entradas e somar as saídas, o cálculo dá-se da seguinte forma:
R$ 200.000 – R$ 190.000 = Fluxo de caixa operacional: R$ 10.000
Atividades de investimento
- Compra de equipamentos (saída): R$ 30.000
- Venda de imóveis (entrada): R$ 50.000
O total das entradas e das saídas, possibilita o cálculo:
R$ 50.000 – R$ 30.000 = Fluxo de caixa de investimentos: R$ 20.000
- Fluxo de Caixa de Investimentos: R$ 20.000
Atividades de financiamento
- Empréstimos bancários (entrada): R$ 40.000
- Pagamento de dividendos (saída): R$ 10.000
A mesma fórmula é aplicada. As entradas são subtraídas pelas saídas:
R$ 40.000 – R$ 10.000 = Fluxo de caixa de financiamento: R$ 30.000
Fluxo de caixa total
Com os valores em vista, o fluxo de caixa total dá-se pela soma:
R$ 10.000 + R$ 20.000 + R$ 30.000 = Fluxo de caixa total: R$ 60.000
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Demonstrativo de fluxo de caixa – Método direto
O método direto do DFC consiste em registrar diretamente todos os recebimentos e pagamentos da empresa em valores brutos, referentes às suas atividades operacionais.
Baseado no regime de caixa, ele considera apenas as transações efetivamente realizadas, ou seja, receitas recebidas e despesas pagas.
Este método facilita a compreensão e a atualização diária do fluxo de caixa.
Tem como ponto positivo o poder de destacar ganhos e despesas de forma técnica e precisa, sendo ideal para controle rigoroso e diário das operações financeiras.
No entanto, tem limitações para projeções futuras, pois foca apenas no controle de tesouraria e mostra apenas valores brutos.
Demonstrativo de fluxo de caixa – Método indireto
O método indireto do demonstrativo de fluxo de caixa realiza a demonstração dos recursos obtidos das atividades operacionais com base no lucro líquido da empresa.
Diferente do método direto, o indireto utiliza ajustes de itens não monetários como depreciação, amortização e exaustão, além de variações em ativos e passivos operacionais.
Uma das principais características do método indireto é que ele é baseado no lucro líquido da empresa.
O fluxo de caixa é ajustado a partir do lucro líquido, considerando itens que afetam o resultado contábil, mas não o caixa diretamente.
Este método utiliza dados da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) e do Balanço Patrimonial (BP) para realizar os ajustes necessários.
Isso significa que considera a movimentação financeira no período em que as transações ocorreram, independentemente de quando o dinheiro foi efetivamente recebido ou pago.
Entre as vantagens do método, está a oferta de informações estratégicas, ajudando a identificar a eficiência do caixa e a capacidade de gerar lucros.
Além disso, possui um menor custo de implementação, pois aproveita dados já presentes nas demonstrações contábeis, facilitando a construção do fluxo de caixa.
No entanto, o método indireto tem suas limitações. Ele se concentra mais em ajustes contábeis do que em fornecer informações detalhadas sobre cada movimentação financeira.
De todo modo, este método é ideal para empresas que precisam alinhar suas práticas contábeis com normas internacionais e regulatórias.
Como analisar o DFC?
Para analisar o DFC, além de ter conhecimento em gestão financeira, contabilidade e empreendedorismo, é necessário atentar-se a alguns pontos principais. Confira:
- Fluxo de caixa operacional: é importante observar se a empresa gera caixa suficiente de suas operações principais, o que indica a sustentabilidade de suas atividades diárias. Entradas de caixa positivas indicam que a empresa está gerando valor consistentemente, enquanto saídas constantes podem sinalizar problemas na gestão operacional.
- Fluxo de caixa de investimentos: um fluxo de caixa negativo nessa área não é necessariamente ruim, pois pode indicar que a empresa está investindo em seu crescimento. No entanto, é importante garantir que esses investimentos estejam alinhados com a estratégia de longo prazo da empresa e que não comprometam a liquidez;
- Fluxo de caixa de financiamento: um saldo positivo desse fluxo pode indicar que a empresa está captando novos financiamentos ou emitindo ações, enquanto um saldo negativo pode refletir pagamentos de dívidas ou distribuição de dividendos. É essencial avaliar se a empresa consegue honrar suas obrigações financeiras sem comprometer o caixa.
- Variação total de caixa: após somar os fluxos de caixa das atividades operacionais, de investimento e de financiamento, obtém-se a variação total de caixa. O saldo de caixa que apresenta aumento sugere que a empresa está fortalecendo sua posição financeira, enquanto uma redução pode indicar a necessidade de reavaliar a gestão;
- Sustentabilidade e crescimento: é preciso verificar se a empresa está reinvestindo parte de seu fluxo de caixa operacional em novas oportunidades de crescimento. Avalie investimentos em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), expansão de capacidade e aquisições estratégicas.
A partir desses pontos, investidores e gestores poderão conseguir interpretar os números e entender o que eles significam de fato.
Qual a diferença entre DRE e DFC?
A principal diferença entre a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC) encontra-se na forma de registro e no regime utilizado.
A DRE utiliza o regime de competência e, portanto, registra receitas e despesas no momento em que ocorrem, independentemente de quando o dinheiro é recebido ou pago.
Já a DFC adota o regime de caixa, registrando apenas as entradas e saídas efetivas de dinheiro, mostrando a liquidez real da empresa.
Assim, enquanto a DRE foca em resultados operacionais e financeiros para avaliar a lucratividade, a DFC oferece uma visão detalhada do fluxo de caixa, ideal para entender a capacidade de pagamento e a saúde financeira da empresa.
Utilizar ambos os relatórios de forma complementar é útil para uma análise completa e eficiente da situação econômica da empresa.
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Conclusão
O demonstrativo de fluxo de caixa é verdadeiramente útil para manter o financeiro de um negócio sob pleno funcionamento.
Entender como fazer e analisar o DFC pode ser a chave para identificar pontos de melhorias e o status do negócio.
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